terça-feira, 26 de novembro de 2024

PREFIRO ESCREVER A CONVERSAR

 Poucas pessoas sabem conversar. Desenvolver um diálogo gostoso requer ouvir com atenção, trocar ideias de forma respeitosa e salutar as ideias num clima de prazer e descontração.

Existem muitos vícios e tropeços numa boa conversa. Eu mesmo sou um exemplo, pois, por timidez, não respondo de forma assertiva e não dou o feedback necessário. Além disso, minha introspecção às vezes me faz perder o raciocínio, por mergulhar em reflexões e me distanciar do interlocutor, do tema da conversa me impedindo de interagir de forma objetiva e participativa.

Mas, de modo geral, observo que as pessoas não dialogam, elas monologam. Monologam na frente da gente, falam para si mesmos ou para o vento. Querem apenas ser ouvidas e nos "alugam" por algum tempo para despejar seus lamentos intermináveis e razões duvidosos. Depois vão embora contentes com o apoio e as palavras amigas que nem ouviram

 

Coisas que detesto nas conversas:

 

1. Quando me deixam falar, mas logo interrompem.

2. Quando falam incessantemente sem dar oportunidade de resposta.

3. Quando transformam a conversa em um campo de batalha.

 

 

Fico pensando: se falam apenas para si, não precisam de mim. Que tal conversar com o espelho? Ele não precisa responder.

Depois de algum tempo, desisto.

 

Quando as pessoas fazem da conversa um campo de batalha, têm gente que é tão bélica e empenhada em contradizer que contradiz até para concordar. Estão sempre armadas para discordar e provar que você está errado. Complicam tudo e criam tropeços. Acho que para essas convergências e divergências têm o mesmo sentido.

 

As que não ouvem você falar, você emite uma sugestão ou opinião, e parece que você não está ali. Não conta; não dão importância. Se me perguntam onde está o céu, eu digo que está lá em cima, mas elas continuam procurando no chão ou nos lados.

 

Sempre falei pouco; hoje, falo ainda menos, cansei.  Converso amenidades quando me deixam falar e escrevo coisas mais profundas. Avalio as pessoas e me aproximo ou me afasto conforme necessário. Concordo com os intransigentes (palavra que, para mim, é sinônimo de idiota) e não estou nem aí.

 

Ah e tem os sabichões que estão sempre certo. Quanto a esses é melhor nem comentar.

Isso cansa.

Hoje prefiro mil vezes escrever a conversar.

 

A dica do espelho é ótima. Se a maioria fizesse isso, nos daria muito sossego, e o mundo seria mais silencioso e melhor.

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