quinta-feira, 28 de novembro de 2024

ALDRAVIA (NATAL...)

 natal

que

seja

luzir

renascer

florir

NÃO AMOLA


Eu chorava quando entrei na sala. Estava emburrado, havia brigado com minha irmã, ouvido uma bela bronca da minha mãe e estava de mal com o mundo.

Quando entrei na sala vi aquela figura por lá. Era um senhor idoso de barba branca, usava roupas vermelhas e passava uma tesoura em uma máquina que fazia um barulho estranho. Estava sentado em nosso sofá, o mais  pequeno, aquele marrom rasgado  e batia devagar o pé no tapete falso  persa de mamãe. Deu-me a impressão de que em sua mente cantarolava uma canção enquanto marcava o compasso com os pés.   Estava muito concentrado em seu serviço. Seu rosto trazia uma expressão de paz e tranquilidade, e dava-me a impressão de que ele sabia tudo o que acontecia ao seu redor e conhecia as pessoas no seu intimo. Vi-o imediatamente como um sábio ou mentor.

Ao vislumbrar aquela figura minha ira ameaçou abrandar, mas outra onda veio sobre mim. Estava farto daquela casa e com raiva do mundo inteiro

Meu pai me chamou e então me apresentou ao velho. Percebi que haviam se   tornado amigos rapidamente. O carisma daquele homem podia ser sentido sem que ele proferisse uma só palavra. Eu entendi, sem ainda consegui entender muito bem as coisas.

.

-Olha aqui  senhor Leon, esse é meu filho Marquinho, ele é chorão mesmo não repara não.

O tal do senhor Leon parou o trabalho deu-me um belo sorriso e disse.

-Oh  que rapaz bacana. Tudo bem?

As palavras melosas fizeram aflorar novamente minha raiva que ia e vinha.

Eu  não queria conversa. E disse a ele:

- Ah não amola

-Olha a educação – falou meu pai muito bravo.

Nosso visitante  soltou uma gargalhada e disse:

-Ora, como eu não vou amolar se eu sou o amolador? O homem que amola facas e tesouras, para isso está aqui. Eu vim para amolar e você não quer que eu amole. Que atrapalhar meu trabalho. Que coisa louca!

Então eu comecei a rir e ele também. Seu jeito me afagou e trouxe-me a calma. Meu pai que parecia um pouco chateado com meu mau jeito e pronto para me dar uma bronca riu também. Depois pediu licença, saiu da sala e me deixou sozinho com o velho.

Ele me olhava e sorria, mas de vez em quando girava o olhar pela sala indo de um ponto a outro. Parecia reparar os contornos da casa e o cenário. Parou o olhar por alguns minutos sobre a janela, a estante de fórmica, a nossa tv preto e branco de 24 polegadas.  A radiola de madeira no outro canto.  Parecia tentar mapear cada canto daquela casa como um ladrão que desejava descobrir um meio de voltar à noite. O que ele procurava? Podia sentir sua mente trabalhando e tentando encontrar a saída para algum problema. Parecia não saber muito bem o que dizer.

Eu também estava um pouco confuso. Depois de alguns momentos de inercia resolvi agir.

-Espera um pouco. Fui até a geladeira e peguei uma forma de bolo que mamãe havia feito para o café da manhã. Apanhei também a garrafa de café na pia e coloquei sobre a mesa de fórmica da cozinha. E o chamei:

-Vem aqui tomar um café.

 

Ele veio andando muito devagar,  balançando aquela enorme pança que escapava por baixo da blusa vermelha de malha. Devia  ter artrite, reumatismo ou algo assim, mancava um pouco e parecia sentir uma dor que se  externava em pequenos gemidinhos. Quando chegou, ficou admirado também com a cozinha  e novamente seus olhares passearam indo pousar no fogão de malta da mamãe, na estante vermelha que àquela época chamávamos de guarda-comida e pararam sorrindo sobre um canto da cozinha. 

-Olha vocês têm um fogão de lenha. Que legal... É muito gostosa a comida no fogão de lenha.

-É, meu pai fez ele igualzinho ao da minha vó que morreu, a mãe dele.

-E ele tem uma chaminé.

-É claro.

-Mas é pequena demais. Que pena! 

-Como assim? É pra sair a fumaça.

Servi o café e o bolo a ele.

-O senhor parece com o papai Noel. -

-Hohoho – sua risada espalhava uma alegria gostosa pela casa

 - Todos dizem isso. Acho que é por causa da barba e também porque eu uso roupas vermelhas, sempre gostei de roupa vermelha. Mas eu moro aqui mesmo nessa cidade não é no polo norte não.

­-E vai de casa em casa amolando.

-Eu amolo sim, tesouros, facas, e pessoas, tem que gente que não gosta da minha visita. Mas eu vou de casa em casa sim, e gosto muito de andar à noite.

–À noite? Estranho. O senhor vai por aí de carro?

–Sim, pode-se dizer que tenho um carro, meu carro é veloz como ele só, voo por aí,  mas diria que a tração é um pouco diferente dos outros carros. Amo meus pequenos motores.

–Não estou entendendo.

-Deixa pra lá.

-O senhor disse que amola pessoas, as incomoda?

-Não, apenas tento afia-las, aparar alguma coisa que esteja áspera, talvez torna-la um pouquinho melhor com algumas dicas bobas. Uma palavrinha de ânimo e um hohozinho às vezes têm um grande poder.  Digamos que seja esse o meu presente.

- Vai me dizer que também dá brinquedos aos meninos?

Ele abriu o mais terno dos sorrisos, enrugando  ainda mais os cantos dos olhos já tão enrugados, numa expressão de extrema felicidade. Aquela parte da conversa o agradou bastante. Vi faíscas de regozijo escapar daqueles olhos azuis muito brilhantes.

-Às vezes, mas só para aqueles que eu gosto. Apenas para os que são bonzinhos.

-Eu não sou.

-Por que diz isso?

-Minha mãe vive me xingando, diz que eu sou muito mal criado. E não deixa  fazer quase nada. Tudo o que eu faço é errado. Não posso nem sujar a casa, nem quebrar as coisas, nem destruir nada, nem falar nome feio, nem xingar minha irmã, nem fazer malcriação, não pode isso, não pode aquilo. Ditadora, repressora. Eu não gosto dela.

-Hohoho, não pode fazer nada? Nada dessas bênçãos que você disse aí. Pobre anjo injustiçado. Vai ver ela só quer seu bem e quer te ensinar algumas coisas. Mas você não vai compreender isso agora. Talvez mais tarde você entenda tudo. Eu posso lhe garantir uma coisa, eu sei, mesmo sem conhecer você, eu sei. Você é um bom menino. Papai do céu gosta muito de você e com o tempo tudo se ajeita. Você diz que não gosta dela, mas já imaginou se ela morresse hoje. Como seria. Imagina só mamãe agora dentro do caixão e você nunca mais a veria, nem nunca mais levaria uma bronca dela. Você ia se sentir muito feliz não é mesmo? Aliviado. Imagina só nunca mais ouvir a voz dela, nunca mais ter esse bolo gostoso para comer. Fecha os olhinhos e imagina só. A casa ia ficar  vazia. Papai chorando, irmãzinha chorando imagina só...

Acho que ele foi um pouco cruel aqui.

-Não, não isso não, eu quero as broncas.

-Haha, hoho,  agora você quer. Pense bem. Ela faz tudo é para te proteger, para que a casa não seja destruída, para conter o furacão,  para que nada de mau lhe aconteça.

- Tá certo, pensando bem eu exagero às vezes.

Então ele me disse muitas coisas  e a conversa agradável estendeu-se pela tarde. Entreteu-me com um papo agradável terno e edificante. Contou-me coisas de sua vida, de onde morava, de algumas pessoas que trabalham em sua pequena fábrica de objetos de madeira,    em uma parte da cidade onde fazia muito frio,  disse que curiosamente todos eles eram bem baixinhos, falou sobre sua esposa que ele a chamava de Leona embora esse não fosse seu verdadeiro nome. Que gostava de usar meias  grandes, sempre gostou de meias grandes, e sentia um enorme prazer quando encontrava nas casas que visitava um fogão de lenha com chaminé igual ao nosso e uma lareira. Era fascinado pelo natal com suas luzes, panetones, rabanadas e toda sorte de comidas gostosas. Tocava a grande pança enquanto falava de comida.  Que adorava os meninos bonzinhos e discorreu sobre muitas coisas, deu-me algumas lições, me fez refletir bastante sobre meu comportamento e sobre muitas coisas  e  Ao final  eu o obedecia e concordava com ele.

Tornei-me outra pessoa ao ser presenteado com aquela conversa.

Foi uma tarde agradável. E depois de muito tempo  ele  voltou à melhor parte da conversa.

-Eu acho que você é um bom garoto. Então vou te dar um presente sim.

Voltou até a sala, abriu uma sacola de couro grande, onde guardava algumas ferramentas e de lá tirou um brinquedo. A similaridade acentuava-se, parecia mesmo que o bom velhinho tirava algo do saco de brinquedos para dar-me. Pegou um objeto de madeira que provavelmente era feito por ele. Era uma mini rena bem talhada, muito bonitinha.

 

-Aqui está, esse é o Rodolfo. Ele é meu amigo, mas quando vínhamos para cá ele disse que queria ficar aqui com você. Então é seu agora. Pode brincar bastante com ele.  Eu agradeci e quando meu pai voltou mostrei a ele, depois saí para brincar com meu novo brinquedo.

Na noite de natal acordei assustado porque havia uma luz em meu quarto. Demorei um pouco para entender que era Rodolfo, o nariz dele estava aceso, aquela bolotinha de madeira era uma linda luz azul de led.   O meu presente de natal dado pelo amolador de tesouras barbudo dava um sinal.

Corri ate o quarto de meu pai para mostrar a ele, mas quando lá cheguei já não estava mais aceso. Papai examinou de todas as formas o objeto e disse que seria impossível, era apenas madeira, não havia nenhuma lâmpada ali dentro, provavelmente eu havia sonhado. Mas eu garanto que foi  tudo real.

Senhor Leon nunca mais voltou a nossa rua. Nunca mais foi visto. Alias, apenas papai e eu o vimos. Ninguém da rua conversou com ele, ninguém o viu entrando em nossa casa.

E sempre me lembro daquele dia, daquele sorriso afável. Do velho barbudo que comia bolo comigo na mesa da cozinha e me dava alguns conselhos e um presente mágico.  É uma daquelas pessoas que passam pela vida da gente e traz uma luz, uma inexplicável luz.

Nunca me esquecerei daquele senhor Leon e seu carinhoso gesto de carinho amizade e ternura.

E até hoje nas noites de natal acordo assustado tendo a impressão de ter visto uma luz em meu quarto. Olho para a rena que está sempre na mesa de cabeceira e me lembro do dia em que acendeu. Uma única vez. Fez isso para que eu nunca me esquecesse daquele senhor que com seu carinho e conselhos transformou-me em um menino e um homem melhor.

 Acho que na madrugada silente ela volta a acender.  Enquanto vela pelo meu sono e embala sonhos.  

Eu sempre achei que ele era um papel Noel, mas um papai Noel ao contrário, bem diferente dos outros. Visitou-me de dia, não veio escondido, conversou comigo, me deu um presente bem diferente tirado de uma sacola de couro, tratou-me com carinho, deu-me conselhos e encheu a casa de alegria com  aquela risadona. Fez de mim um menino melhor.  Tinha similaridades com o bom velhinho, mas era meio que às avessas, o contrário do que eu esperava de um papai Noel,  acho que bem melhor que o original.

Sr. Leon meu papai Noel atrapalhado.

 Espera… Leon não é Noel ao contrário?

 

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

terça-feira, 26 de novembro de 2024

PREFIRO ESCREVER A CONVERSAR

 Poucas pessoas sabem conversar. Desenvolver um diálogo gostoso requer ouvir com atenção, trocar ideias de forma respeitosa e salutar as ideias num clima de prazer e descontração.

Existem muitos vícios e tropeços numa boa conversa. Eu mesmo sou um exemplo, pois, por timidez, não respondo de forma assertiva e não dou o feedback necessário. Além disso, minha introspecção às vezes me faz perder o raciocínio, por mergulhar em reflexões e me distanciar do interlocutor, do tema da conversa me impedindo de interagir de forma objetiva e participativa.

Mas, de modo geral, observo que as pessoas não dialogam, elas monologam. Monologam na frente da gente, falam para si mesmos ou para o vento. Querem apenas ser ouvidas e nos "alugam" por algum tempo para despejar seus lamentos intermináveis e razões duvidosos. Depois vão embora contentes com o apoio e as palavras amigas que nem ouviram

 

Coisas que detesto nas conversas:

 

1. Quando me deixam falar, mas logo interrompem.

2. Quando falam incessantemente sem dar oportunidade de resposta.

3. Quando transformam a conversa em um campo de batalha.

 

 

Fico pensando: se falam apenas para si, não precisam de mim. Que tal conversar com o espelho? Ele não precisa responder.

Depois de algum tempo, desisto.

 

Quando as pessoas fazem da conversa um campo de batalha, têm gente que é tão bélica e empenhada em contradizer que contradiz até para concordar. Estão sempre armadas para discordar e provar que você está errado. Complicam tudo e criam tropeços. Acho que para essas convergências e divergências têm o mesmo sentido.

 

As que não ouvem você falar, você emite uma sugestão ou opinião, e parece que você não está ali. Não conta; não dão importância. Se me perguntam onde está o céu, eu digo que está lá em cima, mas elas continuam procurando no chão ou nos lados.

 

Sempre falei pouco; hoje, falo ainda menos, cansei.  Converso amenidades quando me deixam falar e escrevo coisas mais profundas. Avalio as pessoas e me aproximo ou me afasto conforme necessário. Concordo com os intransigentes (palavra que, para mim, é sinônimo de idiota) e não estou nem aí.

 

Ah e tem os sabichões que estão sempre certo. Quanto a esses é melhor nem comentar.

Isso cansa.

Hoje prefiro mil vezes escrever a conversar.

 

A dica do espelho é ótima. Se a maioria fizesse isso, nos daria muito sossego, e o mundo seria mais silencioso e melhor.

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

20 DE NOVEMBRO

 Ontem vi uma pessoa criticar a existência do dia da consciência negra, não quis debater, achei que nem valia a pena, ele não entenderia, mas fico pensando, o povo negro do qual todos nós descendemos, nessa deliciosa mistura de cores e formas que é esse nosso Brasil foi o que mais sofreu em nossa história.

Sofreu com os grilhões, os maus-tratos, as humilhações, a dor de ser gente objeto, uma coisa qualquer que pode ser comprada ou vendida,  o chicote, as lambadas, o não ter nenhum direito. Quanto horror!  

Depois com a lei Aurea que todos nós sabemos que não for por bondade da Dona Isabel, mas sim por livre e espontânea pressão dos movimentos sociais da época, ficou relegados à marginalidade, pois os antigos senhores de escravos não aceitaram pagar por um trabalho que antes era feito de graça. Consideravam uma humilhação pagar a ex escravos, então trouxeram imigrantes.  Antes e depois jogados na marginalidade e lutando contra todo um turbilhão de preconceitos ne injustiças.

Esse dia é para ser muito refletido. Em tudo o  que aconteceu nessa longa história, na importância que os negros têm na construção da nossa nação.  E para que cada um  pense na melhor forma de combater dentro de si o preconceito e o racismo estruturais que é inegável, somos vitimas deles e muitas vezes os propagamos mesmo sem perceber.

Um dia para se pensar na ideia maravilhosa de uma sociedade com igualdade e justiça

terça-feira, 19 de novembro de 2024

BOMBAS

 

Um pouco antes do ano de 2018, quando começou a surgir aquele estranho e nunca visto clima de ódio nas redes sociais, aquele que surgiu do nada, (será mesmo?) que causou desavenças  entre parentes no WhatsApp, e antigos amigos tornaram-se inimigos...  Foi um brigaiada de DÁ  dó um trem doido, desgovernado, primos e primas tias e tias. Xingos, rusgas e até pescoções. Que loucura foi aquilo! (um clichê perfeito para aquele hospício: Seria cômico se não fosse trágico) Eu senti que tudo havia mudado e nada mais poderia ser igual. Como se a natureza de alguns houvesse se modificado, e a de outros escondida fosse revelada.

Certo dia parei para pensar sobre isso. Era inédita aquela guerra, antes eu não via acontecer tais embates. Uma divergência aqui outra ali, mas de modo geral havia mais respeito e tolerância. Ninguém era tão afoito e intransigente. Mas então bombas de ódio surgiram-nas frases maldosas, nas provocações, nas mirabolantes previsões de futuros absurdos,  na mentira institucionalizada, na idiotice declarada. .

Certa vez comparei esse clima àquele dos conflitos do oriente entre palestinos e judeus. Pois aqui como lá, um grupo agride ao outro por nada. Tudo é motivo de provocação, tudo é afronta.  A ideia de que se você é de um determinado grupo e pensa diferente de mim você é meu inimigo. Então tenho que combater você e provar que está errado. Não concordo contigo, logo, você é meu inimigo declarado e eterno.  Também vi claramente a máxima atribuída a Maquiavel (há controvérsias) “os fins justificam os meios”, em plena atividade e por causa de uma causa posso fazer tudo o que quiser, atacar, criar inimizades agredir disseminar fake-News difamatórias e estrategicamente distribuídas, com o objeto de bagunçar tudo e causar estragos.

As falsas notícias e as previsões mirabolantes de um futuro aterrador (vão fechar, igreja, kit gay, o comunismo vem, hahaha) eram as armas mais usadas. Tinham alguns inocentes ingênuos, que as disseminavam de boa-fé, mas uma grande parte compartilhava consciente, como estratégia bélica.  

“Se existe uma causa, então tudo,  tudo posso fazer para defende-la, passar por cima de  tudo e de todos.”  

Sempre houve divergências, mas nunca o radicalismo, nunca a ideia de que alguém é meu inimigo porque pensa diferente. É do mal por que não é do meu grupo, da minha religião ou do meu time.

Certo dia pensei: daqui a pouco vão jogar bombas, mesmo, de verdade, daquelas feitas com artefatos, bananas de dinamites, fiozinhos coloridos, suspenses de fim de filme   e até com  um reloginho Casio f91w.  

Depois pensei melhor e meu lado ponderado entrou em ação, besteira, coisa da minha cabeça, o brasileiro não é disso.  A ignorância a insanidade e o fanatismo não chegarão a tanto.

Depois a coisa complicou, piraram de vez.  Ataques, quebra quebra depreciação do patrimônio público, agressões, desordem.  Defecação pública sobre as câmeras dos celulares. Como é que pode?  - Olha aqui, como sou ridículo estou depredando estou destruindo. Vejam! Mas não conte a ninguém quem “fui.”

E eis que agora elas caem,   kamikazes de ódio  e destruição.  Os artefatos chegaram, tristemente evoluímos para isso.  

A barbárie declarada, o caos, os extremos.

 Lamentável que tenhamos chegado a tanto. Quem será que lançou a semente de ódio que cresceu, criou raízes na mente dos maus e dos ingênuos, ramificou-se em muitos galhos e agora  desabrocha tal qual a rosa de Hiroshima?

Que seja arrancada bem lá na raíz.

Lamentável.

Até quando?

sábado, 16 de novembro de 2024

AURORA NA ESTRADA

 


A aurora surge da estrada

Rasga o dia em rajadas

Vermelhas, amarelas,

natureza desabrocha em êxtase total. 

Traz a luz do novo dia

Traz talvez esperança

Apreensão, hoje tudo dá certo, ou não. 

 É uma dessas manhãs perdidas no tempo

Dessas que nos deixam histórias para contar

A serem lembradas  muito tempo depois 

talvez com a coroa da vitória

o trofeu das missões cumpridas

ou apenas um passo do caminho

Caminhos da vida. Estradas tortuosas

Diversão, expectativas, possiblidades

jamais será esquecida

A manhã vem com a beleza

Invadindo a pista, e apontando caminhos.

Serão eles da libertação, do fraterno amor...

Salve belas  manhãs. 

Como diz um amigo 

igual a essa nunca mais verás. 

PIPOCA OU PERDÃO.

A pergunta paira no ar: Devemos perdoar? Sair  todo mundo ileso?  Foi só uma brincadeirinha exagerada?  Estamos sendo duros demais? Anistiem...