quinta-feira, 21 de agosto de 2025

MANTA



Vejo luzes

A cidade dorme

Espectro colorido 

fantasma da madrugada

Uma janela acesa aqui, outra ali 

E o silêncio e o sereno dançam entre elas. 

O que tem por baixo das luzes?

Quais sensações?

Brisas furacões...

O que a cidade esconde?

Envolto  na manta da noite alta

Brilhando...

A parte escura também Brilha

Vidas silentes carregadores de coisas

Dormem ou se digladiam nesse silêncio

Cidade e madrugada

Tudo ou nada


***

Poema do projeto compondo por aí

Bom Despacho MG

22 08 2025  03h03min. 

sábado, 16 de agosto de 2025

PEDAÇO DE ETERNIDADE

 Minha mãe

Era o cuidado no prato

O carinho no ungueto

O afago a ninar

A esperança no vento

Soprando sem parar

Injeção de coragem.

Drágeas de bem  viver

Xarope de retidão

O que fazer,  o que nao fazer?

A  planta frágilsemeou

Regava. Floria. sorria 

vendo-a  lentamente forte crescer

Na inexorável sucessão dos dias. 

Maciez e  ternura 

Sussurro de canção

Embalo e balanço 

Onde ainda hoje

No berço das cenas  danço. 

Peito que acalenta a procura

Supremento e asas

Universo inteiiro cabendo

Naquela  casa

Olhos verdes de prados

mãos pequenas

Cabelo curto jeito forte

Foi a sorte 

Foi o prêmio do pequeno

Imensidao  verdade

Por ti rompi os limites do tempo

Moras no sempre

Meu pedaço de eternidade. 

Sempre serás. 


PAISAGENS DEMAIS

 Muita poeira no sapato

paisagens demais no olhar

Temor de  prosseguir

 Carência de parar

Lanças no peito

Arrego por perto

Labirinto  encontro

Entregando os pontos

Peito é deserto

quarta-feira, 13 de agosto de 2025

CHEIRO BOM INVADINDO A RUA.

 Barroso parou  carroça desceu e abriu a tampa de traz da sua carroça de latas.  Logo um cheiro delicioso de pão, bom, de pães de todas os tipos invadiu a rua. Era a alegria do café da tarde que passava todas as tardes e abria as portas do sabor sobre o  rua.

O padeiro esperava as pessoas virem chegando aos poucos

O menino curioso enfiava a cabeça lá dentro  apenas para sentir o cheiro. Comprava apenas um pão de sal, ou um biscoito. Mas era mágico sentir. Lá dentro da carroça era fresquinho, e o cheiro levava ao paraíso.

Padeiros assim não passam mais. Quer o cheiro vá até a padaria. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2025

ESTÁ O VOAR

 

Nem tanto ao céu

Nem tanto à terra

Ficar voando é melhor

Estar entre os pilares

Não preso ao eles.

Essa mobilidade pode ser solução

Pode ser libertação

Cuidado com os extremos

Se temos essa tendência

Ao absoluto ao  impoluto

Ao bater dos martelos

As verdades são relativas

A vida pulsa viva

Com seus lados

Seus concavos e convexos

Nem ao ceu nem a terra

Nem prêmios demais ao vencedor

Nem castigos muitos a quem erra

Entre o céu e a terra está o voar.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

O MESMO BRILHO

 Hoje fui ao velório

Deparei-me outra vez

Com aquelas mesmas perguntas

E o sol de fim da manhã

Ainda brilhava

Era o mesmo brilho de sempre

E passava alguem

E via sorrisos la fora

E o choque era intenso

E a vida a brotar

Ainda que da dor

E um carro vermelho parou com cuidado

Alguem riu na praça

A continuidade é o enigma

Não morre o mundo

Entre ocos e crateras,

Espaço apertado e um pouco de verde

Encrustraram existências

E a tarde rasgava o veu do tempo

E prosseguia, tudo prosseguia...

MANTA

Vejo luzes A cidade dorme Espectro colorido  fantasma da madrugada Uma janela acesa aqui, outra ali  E o silêncio e o sereno dançam entre el...